sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Review: Anneke e Danny - POA

No último dia 03/06 Porto Alegre teve a honra de receber um dos shows mais belos que eu já vi.
Não pense em multidões, telões, efeitos, e seus artistas favoritos ao mesmo tempo tão perto e tão longe de você. Pense num show intimista, mas tão intimista que tu podes facilmente conversar com eles no intervalo das músicas, dar as mãos, sorrir feito uma boba alegre por estar finalmente vendo dois grandes músicos bem ali na tua frente.
Foi isso o que aconteceu no show acústico com Anneke van Giersbergen (ex The Gathering, Agua de Annique) e Danny Cavanagh (Anathema). O Revolution Pub praticamente lotou para vê-los e, sendo a primeira vez dos dois aqui em Porto Alegre, a alegria dos fãs era notável, por vezes um tanto exagerada por parte de poucos. Mas isso não vem ao caso, vamos aos comentários dessa grande noite.


A banda de abertura Worldengine agradou o não tão numeroso público que já estava por lá ás 21h. Pessoalmente eu gostei do som deles, gostei mais ainda depois de dar uma olhada no MySpace da banda e ver que é um projeto muito interessante, internacional e de qualidade. E nascido aqui em Porto Alegre pelo que entendi! Destaque para a música 12th, até eles tocarem essa eu estava meio que tentando curtir o som de uma banda de abertura como em qualquer outro show, mas depois dessa ganharam uma fã. Enfim, ouçam que vocês não vão se arrepender.


Danny Cavanagh aparece às 22h, para loucura dos presentes. No começo Danny ficou surpreso com a recepção calorosa dos gaúchos, acredito que até tenha gostado. As três primeiras músicas tiraram meu fôlego e foram cantadas por todos aos gritos: Deep, Fragile Dreams e Lost Control. É compreensível toda a animação dos fãs de Anathema e foi realmente lindo ver que tem muita gente que curte eles por aqui. O que não foi nada agradável foi a atitude de uns poucos ali na frente do palco, que não paravam de conversar e até mesmo gritar baboseiras. O que acabou irritando o cantor.
Enquanto ainda mal me recuperava dessa abertura maravilhosa Danny vai para o teclado e toca Angelica. Nitidamente incomodado com uma minoria mal educada na platéia, ele volta para o violão e eu aproveito a oportunidade para tentar amenizar a situação falando para o Danny que o cara estava bêbado. A resposta que recebi foi algo como: provavelmente ele bebeu uma ice (bebida com pouco álcool) e um sorriso. Ali notei que se não fosse por essas poucas pessoas que não entenderam a proposta de um show acústico o Danny teria sido receptivo, até mesmo com a gritaria generalizada que nas músicas se transformava num coro absurdamente lindo. O Revolution estava lotado de fãs do Anathema, prova disso foi o povo cantando junto com o Danny em alto e bom som.


Para o meu delírio a próxima música foi One Last Goodbye. Esperei demais pra ouvir ao vivo e não tenho outro comentário senão o mesmo que falei para o Danny depois da músca: It was perfect! (adicione uma cara de boba alegre nessa hora também, hehe). E dessa vez eu ganhei um sorriso sincero :)

E minha cara de boba alegre:

Danny acabou seu set com um cover de Pink Floyd, a conhecida Wish You Were Here, e mais uma das melhores músicas do Anathema (na minha humilde opinião, é claro): Flying. Tenho que falar para vocês que desde que o Danny começou a ficar incomodado com alguns infelizes na platéia eu pensei que ele não tocaria Flying e Are You There o que me fez pedir as duas a cada intervalo. Are You There, que ele sempre toca, infelizmente ficou de fora.
Quando a Anneke apareceu no palco a gritaria foi tanta que ela demorou alguns minutos para começar seu set, meio perdida sem  saber como nos fazer ficar quietos e surpresa com a recepção. Começou com Lost And Found, fazendo muitas caretas por causa do público e também por causa da pouca iluminação no local (uma das falhas da noite junto com a falta de seguranças) mas nem por isso perdendo a simpatia, aliás acho que ela estava é gostando!

O show continuou com as ótimas Trail Of Grief e Shrink. Ao ver a empolgação do público Anneke larga o teclado e vai tocar uma das músicas mais animadas do Agua de Annique: I Want. Em My Electricity nossa animação era tanta que ela nos deixou cantar sozinhos boa parte da música com um sorriso enorme no rosto: vai dizer que cantora não ficaria feliz em ver tanta gente admirando e reconhecendo seu trabalho?


Anneke sai de cena depois de cantar praticamente todo o novo cd do Agua de Annique (In Your Room). Não estou exagerando: das 8 músicas metade foram deste cd. O que deve ter deixado os numerosos fãs de The Gathering um pouco frustrados. Foi uma bela apresentação, não só pela voz, mas também pela simpatia e paciência da Annie.

Pouco tempo depois Danny e Anneke voltam para o palco. Enquanto os dois se ajeitam eu aproveito e peço o setlist para Anneke que já tinha prometido para outra guria, então  peço a palheta e ela faz uma cara de talvez muito engraçada. Enquanto isso Danny aproveita para se desculpar com o público por sua visível falta de paciência e logo ambos começam a tocar o excelente cover Teardrop (Massive Atack).
Uma das partes mais engraçadas foi a música Hey Okay,com os dois mais acostumados com a gritaria brincando de “rock stars”. E para minha imensa alegria depois de acabar esta música Anneke me dá a palheta amarela. Eu só pude dizer Thank You enquanto ouvia vários AHH atrás de mim. Pessoal, quem não pede não ganha né? Alguém tentou pegar a palheta do Danny, mas sem sucesso. Ele fez piada dizendo que era muito pobre e que inclusive a palheta que ele estava usando tinha ganhado do pessoal da Worldengine.  Sei, Danny!

Antes de The Blower’s Daughter (Damien Rice) Anneke explica que será gravado um videoclipe e pede nossa colaboração fazendo silêncio e não tirando fotos. E deu certo! Mesmo tocando outra vez no encore não foi porque o público não se comportou e sim para pegar outros ângulos.

Em You Learn About It parei de tirar fotos, parei de gravar vídeos e fiquei só admirando a voz da Anneke. Parece que ela não faz a mínima força para cantar desse jeito, é algo que ela domina perfeitamente. Incrível!

Uma noite para ser lembrada mesmo com os imprevistos. Só tenho que agradecer à Overload e á Abstratti por trazê-los para cá. Foi perfeito.

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